quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Músicos amadores dominarão o mundo

- Olá, tudo bem?
- Sim, e você, como vai?
- Vou bem. Me disseram que você é músico?
- Sim.
- Nossa, e que instrumento você toca?
- Toco ZABUMBA.
- E toca em quais orquestras?
- Na OSESP e na OSUSP e free lancers.
- Que beleza, hein? Deve ser cansativo, não?
- É o trabalho, né?
- Realmente, admiro vocês músicos, grande profissão essa. Até queria que meu filho fizesse música, mas o garoto não tem jeito, insiste que quer ser médico ou advogado.
- Ah, hoje em dia é assim, essa garotada não tem jeito. Talvez seja só uma fase, depois passa. Mas, e você, o que faz da vida?
- Eu sou médico.
- Jura? Mas como assim?
- Trabalho no Hospital das Clínicas.
- Clínicas… não conheço. E faz o que lá?
- Sou cardiologista.
- Mas você tem um emprego não tem? Você não trabalha?
- Então, trabalho no hospital.
- Nas horas vagas?
- Não. Esse é o meu emprego.
- Mas ganha pra isso?
- Ganho sim, dá pra viver.
- E você não estudou? Não quis saber de faculdade?
- Estudei, fiz faculdade de medicina.
- Ah, é? Não sabia que tinha. Que interessante. Sabe, eu fui médico amador quando era jovem, uma vez fiz até uma operação num rapaz que tinha sido atropelado. Usei uma flanela de carro pra estancar o sangue e uma faca pra abrir a barriga do rapaz e parar a hemorragia. Eu até gostava, mas não levava muito jeito pra coisa. E aí minha mãe até disse: “Larga disso, garoto, vai estudar música”.
- Pois é, queria ter tido uma mãe assim.

Moral da história: ninguém é médico amador, engenheiro amador, advogado amador… mas todo mundo acha que pode trabalhar como músico amador!